"Os pensamentos precisam escapar do corpo de alguma forma... Alguns
segredos, incontíveis como são todos, merecem ser ditos em códigos -
numa outra língua que poucos dominam, deveras! E, generoso que sou, lego
à humanidade tal petardo de versos em língua inglesa. Tais foram
brotando de rimas zombeteiras, que ajuntava por pura diversão, até que
crescera uma árvore tenebrosa que lançou por sobre mim a sua sombra.
Nela subi e cheguei aos céus; dela desci com o sentido da Terra. Não
tive revisão da letra. Incorri em algum equívoco gramatical, alguma
questão de ordem de coesão e coerência? Sejam generosos, amigos... se eu
merecer!" ("Entrevista - Iñaron")
The Convalescent
I tried to fit in the husband shape
And ran before I couldn’t escape
I could not hide how I was scared
Despite, grateful for the time we’ve shared
I know well how affection is scarce
But I could not stand with that farce
I’m back off the rail track so now I’m free
Farewell, I’ll try to be me!
I ascend to heaven again! Oh, how lucky I am!
I descend with the sense of the Earth! Oh, I rebirth!
I went beyond my alma mater
I overcame the sun, my father
When I work with concentration and focus
I can reach nature’s magnum opus
I burnt my mouth by kissing those lips
And became full by grabbing those hips
I worship goddesses: don’t take me wrong
I’m a mess and this is not my tongue
Now that I’m nurtured I can sow my seed
Who would dare to drop my speed?
I raised my sword and cut off the curse
Knew the word and wrote the verse
Tempered with the fire of the will to power
Dressed in red to light my desire
My heart sings gently and tells me thus:
- Can you see? “Alles ist im fluss”!
Tradução:
O Convalescente
Tentei me encaixar no papel de marido
E corria antes que não pudesse escapar
Não pude esconder o quão estava assustado
Apesar de grato pelo tempo que passamos
Eu bem sei o quanto o afeto é escasso
Mas não poderia manter aquela farsa
De volta para dos trilhos, então estou livre
Adeus, vou tentar ser eu mesmo!
Eu ascendo aos céus novamente! Ó, quão sortudo eu sou!
Eu descendo com o sentido da Terra! Ó, eu renasço!
Eu fui além da minha alma mater
Superei o sol, meu pai
Quando trabalho com concentração e foco
Posso alcançar a magnum opus da natureza
Queimei minha boca beijando aqueles lábios
Tornei-me pleno agarrando aqueles quadris
Eu adoro deusas: não me leve a mal
Sou uma bagunça e esta não é minha língua
Agora que estou nutrido posso semear minha semente
Quem se atreveria a diminuir minha velocidade?
Levantei minha espada e cortei a maldição
Conheci a palavra e escrevi o verso
Temperado com o fogo da vontade de poder
Vestido em vermelho para acender meu desejo
Meu coração canta gentilmente e me fala assim:
- Podes ver? "Tudo está em fluxo!"
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